No Brasil, a jornada de quem estuda e trabalha é repleta de desafios que incluem desde a conciliação entre os compromissos acadêmicos e profissionais até o acesso aos direitos garantidos por lei.
Dados recentes revelam a importância de apoiar esse público, que compõe uma parcela significativa da força de trabalho e que frequentemente enfrenta barreiras para avançar na educação e na carreira.
Segundo estudos, 60% dos estudantes trabalhadores no Brasil estão concentrados em atividades que demandam alta carga horária e baixos salários, dificultando o acesso a oportunidades de qualificação e desenvolvimento pessoal. Além disso, muitos jovens buscam conciliar estudos com trabalho ainda no ensino médio, uma tendência que vem crescendo e destacando a importância de programas de incentivo educacional e suporte financeiro.
Desafios enfrentados
- Jornada exaustiva: grande parte dos trabalhadores estudantes enfrenta jornadas que limitam o tempo disponível para estudos, descanso e lazer.
- Falta de flexibilidade: muitos empregadores ainda resistem a ajustar horários para permitir que esses trabalhadores conciliem aulas e atividades profissionais.
- Desconhecimento dos direitos: apenas uma parcela dos trabalhadores estudantes sabe que possui direitos específicos, como faltas justificadas para provas e dispensa para aulas sem perda salarial.
Direitos do trabalhador estudante
- Direito a faltas justificadas no dia da prova e no dia anterior, com remuneração garantida.
- Possibilidade de ajuste de horário de trabalho para frequência escolar.
- Dispensa para frequentar aulas, com garantia de preservação dos direitos trabalhistas.
Programas de apoio
- Pé-de-Meia: em 2025, o programa passa a beneficiar estudantes de licenciatura, oferecendo até R$ 1.050 por mês enquanto estudam. Para alunos do ensino médio, o valor acumulado ao longo dos anos pode atingir R$ 9.200, promovendo maior acesso à educação superior e profissionalizante.
Dados Relevantes
- Estudantes que conciliam trabalho e estudo têm maiores chances de interromper os estudos devido à sobrecarga de responsabilidades.
- A evasão escolar entre trabalhadores estudantes é de até 20% maior do que entre jovens que não trabalham.
Com o aumento do número de jovens tentando conciliar trabalho e estudo, é crucial fortalecer políticas públicas e ampliar a divulgação de direitos que apoiem esses trabalhadores.
E as empresas desempenham um papel fundamental ao promover condições de trabalho mais flexíveis e incentivar o acesso à educação, contribuindo diretamente para o desenvolvimento social e econômico do país.
Você sabia?
Você sabia que o SEC-BG tem, na Convenção Coletiva de Trabalho firmada com o Sindilojas Regional Bento, uma cláusula que trata especificamente do Auxílio Escolaridade?
Pois é! A cláusula 14ª garante aos empregados no comércio um auxílio-escolar no valor equivalente a 71,5% do valor do salário-mínimo nacional, pago em duas parcelas semestrais de igual valor e proporcional ao tempo de serviço que o comerciário completar em cada um dos semestres do ano.
Se você não tivesse um Sindicato que lutasse pelos seus direitos, talvez este auxílio já não mais fizesse parte das negociações e você, comerciário estudante, teria que arcar com o custo integral de seus estudos.
Mas atenção! Somente terá direito ao auxílio-escolaridade o comerciário que receber salário mensal igual ou inferior a R$ 1.860,00, que esteja regularmente matriculado em estabelecimento oficial ou em curso regular devidamente reconhecido e que apresente o comprovante de frequência ou o comprovante de pagamento do semestre. Além disso, o empregado que nos meses estabelecidos para o pagamento da parcela estiver em contrato de experiência, não terá direito ao auxílio. Importante frisar, ainda, que o auxílio não poderá integrar o salário para qualquer efeito.