Conciliar a vida profissional ao cuidado com os filhos continua sendo um desafio para pais e mães no Brasil. Uma pesquisa da Vidalink mostrou que 39% das mulheres e 24% dos homens enfrentam a chamada jornada dupla, dividindo-se entre as exigências do trabalho e as responsabilidades com a família.
A dificuldade se agrava com a ausência de suporte nas empresas: segundo levantamento da Catho, mais de 60% dos trabalhadores atuam em locais sem programas voltados a gestantes, mães, pais ou cuidadores.
Esse cenário pode afetar diretamente a saúde física e emocional dos trabalhadores, levando a quadros de exaustão intensa. O termo burnout parental já vem sendo usado por especialistas para descrever esse tipo de esgotamento. Em casos mais graves, pode ocorrer a despersonalização, em que o cansaço extremo leva ao distanciamento emocional em relação aos filhos, causando uma sensação de indiferença ou até de rejeição.
Políticas públicas e ações das empresas fazem a diferença
Nesse cenário, iniciativas que promovam o equilíbrio entre trabalho e parentalidade tornam-se essenciais. A licença-maternidade e a licença-paternidade, por exemplo, são direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
No entanto, há uma mobilização crescente para ampliar o tempo de licença para os pais, possibilitando maior presença no início da vida dos filhos. Isso já é uma realidade em algumas empresas, que oferecem licenças-paternidade de até 120 dias.
Outros programas, como o Emprega + Mulheres, também têm ganhado destaque ao incentivar ações como a flexibilização da jornada, a estabilidade no emprego e a oferta de creche no local de trabalho ou auxílio-creche.
Além da regulamentação, é importante que as firmas implementem práticas que reconheçam os desafios da parentalidade, promovam apoio emocional e ofereçam condições reais de conciliação entre trabalho e vida pessoal.
Rede de apoio: uma responsabilidade que vai além da família
Outro ponto fundamental para enfrentar os desafios da parentalidade é a existência de redes de apoio. Essas redes podem ser:
- Informais: formadas por familiares, amigos, vizinhos e colegas, que oferecem ajuda cotidiana.
- Formais: compostas por creches, escolas, ONGs, instituições públicas e profissionais especializados no cuidado infantil.
A criação de políticas integradas é parte do esforço coletivo necessário para garantir a valorização da família, além da qualidade de vida e melhores condições de trabalho para mães, pais e responsáveis pelas crianças.
Fonte: Geração T – Fase 2
UGT / SEC-BG